quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sem você

Sem você eu não saberia qual é a sensação de sentir raiva até explodir. De querer matar o primeiro que me aparece e de usar todos os palavrões numa frase só. De sentir saudade até não aguentar mais e não aguentar, realmente. De querer ficar perto até o dia acabar e ainda assim não ser o suficiente. De sentir ciúmes, uma coisa que eu nunca senti, de me morder de ciúmes por uma bobagem. De me sentir pequena, insuficiente, um grão de areia. E de me sentir grande, linda, poderosa, menina, gostosa e amada. Sem você eu não saberia o que é contar os segundos, minutos, horas e enlouquecer com a chegada de alguém. Como se espera algo valioso, algo importante, algo que você ame mais do que a você mesma.

Tô com vergonha. Não quero mais escrever.

Eu perco o sono e choro. Sei que quase desespero. Mas não sei por quê. A noite é muito longa, Eu sou capaz de certas coisas. Que eu não quis fazer.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Prometo

Para quem me odeia: Prometa que nunca vai deixar de me odiar ou não sei se a vida continuaria tendo sentido para mim. Olha, a minha gratidão não tem limites, pois sei que você poderia muito bem estar fazendo outras coisas em vez de me odiar - cuidando da sua própria vida, dedicando-se mais ao seu trabalho, estudando um pouco. Mas não: você prefere gastar seu precioso tempo me detestando. Não sei nem se sou merecedora de tamanha consideração.
Prometo nunca te decepcionar fazendo algo de que você goste. Ao contrário, estou caprichando para realizar coisas que deverão te deixar ainda mais nervoso comigo. Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta. Sem esquecer de sempre tentar descobrir novos jeitos de te deixar irritado. Prometo jamais te responder à altura quando você for, eventualmente, grosseiro comigo, ao verbalizar tão imenso ódio.
Se você odeia alguém, é porque odeia alguma coisa nele que faz parte de você. O que não faz parte de nós não nos perturba.
 
 
 

Sabe...

Sabe qual é meu sonho secreto? Que um dia você perceba que poderia ter aproveitado melhor a minha companhia. Que um dia imagine o quanto teria sido ótimo estar ao meu lado, mesmo quando eu estava gripada. No entanto, sei que você está a cada dia que passa mais fugidio. E eu me limito a me surpreender com as circunstâncias da vida. Que me levaram a viver esse papel: o da mulher que quer mais um pouquinho. Mesmo dolorida, bonita, sendo assim, meio tonta, meio insistente, até meio chata.

A verdade é que me enchi, De você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça. Não tem sentido continuarmos dessa maneira. Eu, nessa constante agonia o tempo todo imaginando como você vai estar. E você, numas horas doce, noutras me tratando como lixo. Não sou lixo. Tampouco quero a doçura dos culpados, artificial como aspartame. Fico pensando como chegamos a esse ponto. Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser. Assim, chega. Chega de brigas, de berros, de chutes nos móveis. Chega de climas, de choros, de silêncios abismais. Para quê, me diz? O que, afinal, eu ganho com isso? A companhia de uma pessoa amarga, que já nem quer mais estar ali, ao meu lado, mas em outro lugar? Sinceramente, abro mão. Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando. Bom é isso, se agora isso ainda me causa alguma tristeza, tudo bem. Não se expurga um câncer sem matar células inocentes...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mulheres -


1- O cheirinho delas é sempre gostoso, mesmo que seja só xampu.
2- O jeitinho que elas têm de sempre encontrar o lugarzinho certo em nosso ombro.
3- A facilidade com a qual cabem em nossos braços.
4- O jeito que têm de nos beijar e, de repente, fazer o mundo ficar perfeito.
5-Como são encantadoras quando comem.
6-Elas levam horas para se vestir, mas no final vale a pena.
7- Porque estão sempre quentinhas, mesmo que esteja fazendo trinta graus abaixo de zero lá fora.
8-Como sempre ficam bonitas, mesmo de jeans com camiseta e rabo-de-cavalo.
9-Aquele jeitinho sutil de pedir um elogio.
10- Como ficam lindas quando discutem.
11- O modo que têm de sempre encontrar a nossa mão.
12- O brilho nos olhos quando sorriem.
13- Ouvir a mensagem delas na secretária eletrônica logo depois de uma briga horrível.
14- O jeito que têm de dizer "Não vamos brigar mais, não.."
15- A ternura com que nos beijam quando lhes fazemos uma delicadeza.
16- O modo de nos beijarem quando dizemos "eu te amo".
17- Pensando bem, só o modo de nos beijarem já basta.
18- O modo que têm de se atirar em nossos braços quando choram.
19- O jeito de pedir desculpas por terem chorado por alguma bobagem.
20- O fato de nos darem um tapa achando que vai doer.
21- O modo com que pedem perdão quando o tapa dói mesmo (embora jamais admitamos que doeu).
22- O jeitinho de dizerem "estou com saudades".
23- As saudades que sentimos delas.
24- A maneira que suas lágrimas tem de nos fazer querer mudar o mundo para que mais nada lhes cause dor.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sou escorregadia.

Mudo de gosto drasticamente de um segundo a outro, mudo de opinião, ideia, vontade, querer, comportamento, desejo e objetivo a todo momento, num piscar de olhos. Quando uma criança de dois anos quer alguma coisa, ela quer isso agora, não amanhã. Sou uma criança de dois anos.

(Pessoas instáveis sentem  tudo de forma intensa, ferindo-se facilmente e deixam-se abalar por situações externas e internas por motivos pouco importantes ou até mesmo
fúteis)

Posso amar a pessoa em um minuto, mas por qualquer deslize,
contrariedade ou um simples ''não'' vindo da outra pessoa, passo a
odiá-la em questão de segundos. Enjoo, desanimo e desgosto facilmente. Mudo de um extremo ao outro, por pouquíssimas coisas. Dificilmente algo tem a minha total atenção.

Presto atenção em tudo e não presto atenção em nada. Posso estar conversando com você, assistindo TV, ouvindo rádio, mexendo no computador, cantando, dançando, comendo, escovando os dentes, olhando pela janela, lendo um livro, papeando no telefone, mas nada disso vai prender minha atenção. Dificuldade em terminar o que começo. Isso vai desde uma simples leitura de um livro, até a desistência ou interrupção de um projeto. 
Escorregadia, deslizo.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_de_personalidade_lim%C3%ADtrofe



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Alguém.

Vou tentar me inspirar escutando "Telegrama - Zeca Baleiro"


Quero alguém. Não qualquer pessoa. Alguém de carne e osso. Alguém que ria de coisas bobas, normais, banais, brutais, carnais. Alguém que me leve a sério e que não leve a vida tão a sério. Alguém que nunca desaprenda de ser criança. Alguém que seja uma eterna criança, com responsabilidades, contas pra pagar e encrencas da vida. Alguém que esteja presente da cabeça aos pés na minha presença, com a alma lavada e o coração levinho. Alguém que apareça nas horas erradas e torne as horas erradas a hora mais certa do dia. Alguém que me admire não pelo o que eu tenho e sim pelo que sou. Alguém que não suma ao cair da noite, não se arraste junto ao mar e não desmanche diante da chuva, das minhas lágrimas de sal.

Alguém que me magoe, que arranque meu coração fora e brinque de pique-esconde. Alguém que após brincar tanto, retorne com um band aid gigante, um colo quentinho e uma mão grandona pra me apertar enquanto sussura: Calma, eu estou com você! Alguém que assopre e cure minhas feridas. Alguém que reconheça quando me fere e que tenha a ousadia de me pegar no colo e cuidar de mim, como se cuida de uma planta, de um bebê, de um terno, de um carro num estacionamento, de algo importante. (Que tenha valor)


Alguém que me tire do sério, depois me acalme, porque esse alguém vai ser a única pessoa que vai ter forças e poderes para me controlar, me atiçar, me virar de ponta cabeça. Alguém que não gire muito meu a ponto de eu ter que pedir para parar. "Pará o mundo que eu quero descer!". Alguém que não tenha medo de altura e pule comigo. Alguém que tenha medo de altura e que vença os medos comigo, ou que apenas que morra de medo comigo, mas tem que ser tudo "comigo".

Alguém que não me force, mas que me incentive. Alguém que não me critique, mas me guie. Alguém que me diga verdades duras, mas sem me desrespeitar. Alguém que grite comigo e me abrace em seguida. Alguém que tenha medo de me perder e que não me perca. Alguém que me atrapalhe, que fale tudo embaralhado, que não me deixe falar, que nunca deixe chegar a minha vez. Alguém que tape minha boca com um beijo. Alguém que me envergonhe, que diga que está cansado de me escutar, que não me aguenta mais, mas que não vive sem mim. Alguém que me cobre e espere algo de mim. Alguém que lembre de datas importantes e que esteja presente em todas. Alguém que me sufoque e que me proteja. 

Alguém que desconheça a palavra impossível e torne tudo possível. Alguém que arrisque e que não pule antes de mim, pule comigo, e de preferencia, de mãos dadas. Alguém que seja eterno, que o assunto nunca acabe, mas que não seja forçado. Alguém que diga quando eu estou errada e não me condene pelos meus erros, mas que me ensine a lidar com eles. Alguém que perceba que eu tenho um bom coração, mas que ele não é feito de papel e nem de brinquedo, que saiba cultiva-lo e rega-lo como se rega uma planta. Alguém que me deseje e não me despeje. Alguém que me leve pra sair e se deixe levar. Alguém que adore festas, mas que a maior festa é estar comigo. Alguém que saiba suportar meus choros, minhas lágrimas e não fuja dos meus lamentos. Alguém que me ouça e alguém que fale mais do que pode, fale sem parar, porque eu também adoro ouvir. Alguém que nunca fique em silêncio, porque o silêncio é constrangedor. Alguém que me ligue 375 vezes ao dia sem saber o motivo da ligação, apenas para ouvir minha voz.


Alguém que entenda meus sonhos, que sonhe comigo, que me ajude a sonhar, que esteja ao meu lado, mesmo que eu ainda não tenha descido das nuvens. Alguém que me traga para a realidade, mas não totalmente.

Alguém que me ame, alguém que não me abandone. Alguém que me suporte, mas não se importe. Alguém que se irrite muito por tudo o que eu faço, mas que ache graça em tudo o que deixo de fazer. Alguém que não me traia, alguém que me atraia - pra mais perto, perto, perto... de ti. Alguém que mexa nos meus cabelos até cansar. Alguém que conte os minutos pra ir embora - só pra me ver. Alguém que não veja a hora passar quando estiver comigo. Alguém que não olhe no relógio de 5 em 5 minutos. Alguém que queira estar comigo mais do que o dia e as horas permitem (E a vida, se possível). Alguém que se encha de mim, em todos os cantos, de todas as maneiras, que eu esteja presente até na espinha dorsal desse alguém.


  Alguém que acorde pela manhã e o primeiro pensamento do dia seja eu, ela. Alguém que precise de mim desesperadamente. Alguém que eu precise desesperadamente, eu sempre preciso. Alguém que seja desesperado, que nem eu. Alguém que se torne aquilo que eu almejo, só para me agradar. Alguém que não mude para me agradar, alguém que faça as coisas para me agradar. Alguém que não me faça perder a essencia e que não perca a essencia. Alguém que não se incomode com os meus pedidos e faça como se fosse algo natural. Alguém que exija de mim o mesmo que eu exijo do outro. Alguém que goste de cartas escritas a mão, um telefone, um encontro, um passeio de ônibus, uma ida a igreja, supermercado, mesa de bar, porta de algum lugar, carroça, jegue e andar a pé de vez enquando.


Alguém que beba comigo e não me peça para parar, mas que beba do meu copo me impedindo de ficar bêbada. Alguém que não tenha vergonha de ter vergonha e se jogue no mundo comigo sem um pingo de vergonha. Alguém que tire toda a minha vergonha e me deixe ser danada. Alguém pra compartilhar segredos, que depois de uma briga não saia espalhando meu intimo por ai. Alguém com quem eu possa reclamar da vida e falar mal de todo mundo, mesmo sem motivo algum. Alguém que me conte o seu dia detalhadamente e não se incomode com isso. 

Chá de sumiço.

Ocorre quando compro cerveja leite, tiro o telefone do gancho, desligo o celular, tranco as portas da casa e ligo a tv no canal de esportes. Eu poderia passar um mês inteiro assim.

Um dia eu resolvi sumir, e eu sumi porque eu queria ver como é que o mundo giraria sem mim. Fui lá, no alto, só pra descobrir que o mundo continuava a girar sem mim. Isso foi no dia em que eu resolvi sumir.