terça-feira, 26 de abril de 2011

Bala perdida.

Tão perdida quanto uma balada perdida. Como é possível algo estar mais perdido do que uma coisa que já está perdida, mesmo você estando aqui parada, sentada nessa cadeira, tão presente e tão viva. E por dentro, tão perdida.

Faz tanto tempo que não escrevo que não sei por onde começar.

Não escrevo mais também. Tchau.
Mentira, depois eu volto.

Uma camisa de força, por favor.

E eu que acordo bem, pela manhã. Não nos primeiros minutos, mas meia hora depois, fico ligada no 220 volts. As vezes sou um pouco exagerada, eu não espero o tempo certo para dar um passo, um abraço, ou retribuir um sorriso.

Entre a linha tênue que salva, ou afoga.

  Aquestão intrigante é a seguinte: O que leva a pessoa a ficar horas e horas envolvida com a mesma atividade de forma tão obsessiva? ... 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Carta ao meu amor.

Eu sempre tive medo do minuto depois que você vai embora. Do minuto depois que escuto a porta da sala batendo e meu coração sente vontade de sair correndo atrás de você, de tão rápido que cisma em bater.

Será que elas sabem que quando você goza de tanto rir é comigo que você está? Que os beijos foram pra mim e cada gota de suor? Será que sabem que nos seus silêncios é comigo que você conversa e na hora dos seus mistérios, estamos de mãos dadas lembrando do passado e sonhando pro futuro? Que sou eu a Dulcineia que te acompanha nas lutas quixotexcas contra os moinhos de vento de suas fantasias, elas sabem?Não bobo, isso elas não sabem porque você não entrega o ouro tão cedo.

Eu te puxo pra cama, faço um cafuné sem fim e falo bobagens até você adormecer ou enjoar de escutar e dormir mesmo assim. Ai que bom... Já pensou o cansaço que vai bater quando finalmente a gente parar com isso? Ah, você contou pr'alguma delas que pensa em mim todos os dias, e que há dias em que pensa sem parar? Perturba, não é? A gente não consegue fazer as coisas, tocar o barco. Eu também acordo todos os dias tomada por você. E ando acordando de madrugada. Você parece que pula em cima de mim, eu dou aquele salto e pronto, é risada, conversa fiada, lágrimas, de um tudo, mas nada de dormir de novo. Você não deixa. Depois passo o dia bocejando e não tem como explicar, vou dizer o quê? Outro dia eu acordei querendo morrer de saudade. Tinha palpitações, era grave, liguei pro médico. "Doutor, estou sofrendo de amor, meu coração vai sair pela boca, e hoje não é um bom dia pra eu morrer. Socorro, preciso de uma pílula poderosa! Ele me conhece bem, fez a receita na hora. Vou te passar porque num momento de apuro, evita uma ida ao médico. Anota aí: Inderal para as palpitações, Buspar pra dor de amor, e Sonata pra.. Onde eu estava? Ah sim, Sonata pra insônia, porque desculpe mas eu tive que contar pra ele que você não me deixa dormir. Ele falou pr'eu te mandar embora. Mas eu já fiz isso, nós sabemos quantas vezes não é? E você não vai. Quando vai, não sai de dentro de mim do mesmo jeito, entranhou, é praga da vida. Ai que praga boa...


"Porque acho que no amor a gente tem que fazer tudo, tudo que puder pra dar certo."